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Críticas por Pablo Villaça

Datas de Estreia: Nota:
Brasil Exterior Crítico Usuários
13/12/2002 01/11/2002 4 / 5 / 5
Distribuidora
Duração do filme
104 minuto(s)

Meu Papai É Noel 2
The Santa Clause 2

Dirigido por Michael Lembeck. Com: Tim Allen, Elizabeth Mitchell, David Krumholtz, Eric Lloyd, Wendy Crewson, Spencer Breslin, Judge Reinhold, Art LaFleur, Kevin Pollak, Michael Dorn e Peter Boyle.

Quando escrevi sobre Meu Papai é Noel, há alguns anos, comentei que o filme havia conseguido encontrar um novo ângulo para uma velha história ao narrar as confusões provocadas por Scott Calvin (Allen), um publicitário que, depois de acidentalmente provocar a morte do Papai Noel, é obrigado a assumir o lugar do "bom velhinho" – ganhando, em função disso, uma enorme barriga e cabelo e barba grisalhos.

Pois a boa notícia é que Tim Allen, que já havia realizado uma continuação superior ao original como a voz de Buzz Lightyear em Toy Story, volta a repetir a façanha em Meu Papai é Noel 2 – um filme que, ao contrário da maioria das seqüências produzidas por Hollywood, não se limita a repetir a trama de seu antecessor. Ao contrário: aproveitando o fato de que já conhecemos os personagens principais, esta continuação mergulha o espectador em uma história inventiva e divertida, provocando uma sensação calorosa sobre esta deliciosa época do ano: o Natal.

Dirigido pelo estreante Michael Lembeck, Meu Papai é Noel 2 se passa alguns anos depois dos acontecimentos narrados no original: agora, Scott Calvin (leia-se: Papai Noel) já está bem mais confortável em sua função e se transformou em um líder adorado por seus auxiliares, os elfos. Presidente da Associação de Criaturas Lendárias (que inclui o Coelho da Páscoa, o Cupido e a Mãe Natureza, entre outros), Scott recebe duas notícias preocupantes: a de que seu filho, Charlie, está na lista dos garotos malcriados; e a de que deverá encontrar uma Mamãe Noel e casar-se em 28 dias, sob pena de ser destituído do cargo. Já sentindo os sintomas de sua iminente demissão (como um rápido emagrecimento), o sujeito parte do Pólo Norte, deixando, em seu lugar, um clone criado por um elfo de confiança.

E é a partir desta situação que os cinco roteiristas do projeto introduzem uma subtrama realmente surpreendente: mais intolerante com as brincadeiras de seus fãs, o `substituto` do Papai Noel resolve colocar todas as crianças do mundo na lista dos malcriados. Para isso, constrói um exército formado por gigantescos soldados de chumbo e dá um golpe de estado no Pólo Norte, transformando-se em uma figura bastante parecida com Fidel Castro – numa piada ideologicamente corrompida, mas visualmente divertidíssima. Por outro lado, o roteiro peca ao escorregar no velho clichê dos filmes de Natal: aquele que prega que algum incrédulo deverá ser `convertido` até o final da projeção (neste caso, a diretora Newman, vivida pela bela Elizabeth Mitchell).

Consciente do caráter de fábula existente no roteiro, o diretor Michael Lembeck jamais procura conferir um ar de realismo ao filme, o que se revela uma decisão acertada: a cidade dos elfos, por exemplo, jamais parece ser algo mais do que um grande cenário construído em estúdio; e as renas que habitam aquele mundo são claramente bonecos animatrônicos (o que não as deixa menos engraçadinhas). Já a maquiagem do clone de Papai Noel é bem executada, conferindo uma interessante natureza plástica ao personagem.

Realizado oito anos depois do original (uma eternidade para os padrões de Hollywood), Meu Papai é Noel 2 desperta a criança dentro de cada adulto da platéia, lembrando como o Natal pode ser uma época cheia de magia aos olhos de quem possui um mínimo de imaginação. Ao sair do cinema, eu estava feliz e com saudades de um tempo em que, para mim, a existência de Papai Noel era um fato inquestionável.

De certa forma, ainda é.

14 de Dezembro de 2002

Pablo Villaça, 18 de setembro de 1974, é um crítico cinematográfico brasileiro. É editor do site Cinema em Cena, que criou em 1997, o mais antigo site de cinema no Brasil. Trabalha analisando filmes desde 1994 e colaborou em periódicos nacionais como MovieStar, Sci-Fi News, Sci-Fi Cinema, Replicante e SET. Também é professor de Linguagem e Crítica Cinematográficas.

 

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